O Teste de Retenção Visual de Benton (BVRT) é uma instrumentação padronizada em avaliação neuropsicológica que objetiva mensurar a memória visual, percepção visual e praxia visuoconstrutiva (Spreen & Straus, 1991; Benton-Sivan, 1992; Sivan, 2015). Utilizado em contextos clínico-neuropsicológicos, o teste é especialmente relevante para as populações que variam de crianças a adultos entre 7 e 30 anos, bem como idosos entre 60 e 75 anos (Coman et al., 1999).

O BVRT adota dois formatos de administração, ambos com 10 lâminas. O sistema de pontuação é baseado no número de reproduções precisas e na tipologia de erros feitos pelos examinandos. Normas estatísticas são estabelecidas de acordo com idade e escolaridade (Youngjohn et al., 1993).

Validade e Confiabilidade: A literatura demonstra a robustez do BVRT como um teste bem validado e confiável. Estudos estabelecem sua validade de critério em diagnósticos diferenciais, incluindo a doença de Alzheimer (DA) (Zanini et al., 2014; Messinis et al., 2009).

Pesquisas também examinam a influência da idade, educação e quociente intelectual (QI) na performance do BVRT. Segabinazi et al. (2020) utilizaram modelagem de equações estruturais para confirmar que esses fatores são significantes e devem ser considerados na interpretação dos resultados.

Associação com Biomarcadores da DA: Recentemente, Abe et al. (2021) exploraram a associação entre as pontuações do BVRT e os biomarcadores de imagem da DA. Usando tomografia por emissão de pósitrons (PET) com compostos como 11C-PiB e 18F-FDG, o estudo encontrou correlações significativas. A pontuação do BVRT mostrou-se inversamente correlacionada com a captação de PiB e positivamente correlacionada com a captação de FDG. Esses resultados ressaltam o potencial do BVRT como um índice preditivo do acúmulo de amiloide cerebral e do metabolismo de glicose cortical.

O BVRT é uma ferramenta de avaliação neuropsicológica de alta eficácia e relevância clínica. Sua aplicação excede os limites da mensuração puramente cognitiva, demonstrando potencial na identificação de biomarcadores para a DA. Os profissionais da área da neurociência devem, portanto, considerar o BVRT não apenas como um instrumento de avaliação de desempenho cognitivo, mas também como um possível preditor de patologias neurológicas emergentes.

 

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Referências

Spreen, O., & Straus, E. (1991). A compendium of neuropsychological tests: Administration, norms, and commentary. Oxford University Press.

Benton-Sivan, A. (1992). The Revised Visual Retention Test (5th ed.). Psychological Corporation.

Sivan, A. B. (2015). Teste de Retenção Visual de Benton. Vetor-Editora Psico-Pedagógica Ltda. PAR Psychological Assessment Resources, Inc.

Zanini, A. M. et al. (2014). Evidence of criterion validity for the Benton Visual Retention Test. Psychology & Neuroscience, 7(2), 131–137.

Coman, E. et al. (1999). Geriatric performance on the Benton Visual Retention Test. Clinical Neuropsychologist, 13(1), 66-77.

Messinis, L. et al. (2009). Benton Visual Retention Test performance in normal adults and acute stroke patients. Clinical Neuropsychologist, 23(6), 962-977.

Youngjohn, J. R. et al. (1993). New adult age-and education-correction norms for the Benton Visual Retention Test. Clinical Neuropsychologist, 7(2), 155-160.

Abe, M. et al. (2021). Association between Benton visual retention test scores and pet imaging in elderly adults. Current Alzheimer Research, 18(11), 900-907.- Segabinazi, J. et al. (2020). Age, Education and Intellectual Quotient Influences. The Spanish Journal of Psychology, 23, E27.

DANILO PEREIRA