Pensamentos Distorcidos como Mediadores dos Sintomas Depressivos em Pacientes com Transtorno Depressivo Maior: um Estudo Longitudinal

 

Você sabia que os pensamentos distorcidos são comuns em pessoas que sofrem de depressão? Eles podem afetar a forma como elas se sentem, dificultar a recuperação e influenciar a resposta ao tratamento. Um estudo recente acompanhou 119 pacientes com depressão moderada a grave por 6 meses, e descobriu que os pensamentos distorcidos mediavam os sintomas depressivos ao longo do tempo.

Os pesquisadores usaram entrevistas e questionários para avaliar os pacientes em quatro momentos: na primeira semana, na oitava semana, na décima segunda semana e na vigésima quarta semana. Eles mediram os sintomas depressivos com três escalas diferentes: a Escala de Depressão de Hamilton (HAMD-17), a Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI-II). Eles também usaram uma escala específica para medir os pensamentos distorcidos: a Escala de Pensamentos Depressivos (DTS).

Os resultados mostraram que a DTS mediava a relação entre os sintomas depressivos experimentados cerca de 3 meses após o início do tratamento antidepressivo. Isso significa que os pensamentos distorcidos influenciavam a intensidade e a duração dos sintomas depressivos nos pacientes.

Os autores do estudo concluíram que as distorções cognitivas estavam ligadas como um mediador aos sintomas depressivos, ressaltando a importância de intervenções psicológicas precoces em pacientes com depressão que apresentam essas distorções.

Se você quiser saber mais sobre esse estudo, você pode ler o artigo completo:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10424419/ 

 

 

Pensamentos Distorcidos como Mediadores dos Sintomas Depressivos em Pacientes com Transtorno Depressivo Maior: Um Estudo Longitudinal

Adriana Munhoz Carneiro, Danilo Assis Pereira, Fernando Fernandes, Makilim Nunes Baptista, André Russowsky Brunoni, Ricardo Alberto Moreno

Introdução: Pensamentos distorcidos são comuns no Transtorno Depressivo Maior (TDM) e têm impacto na percepção dos pacientes quanto à gravidade da depressão, podendo ainda prever a cronicidade e resposta ao tratamento. O presente estudo longitudinais objetivou investigar se os pensamentos distorcidos atuam como mediadores dos sintomas depressivos no TDM durante um período de 6 meses.

Metodologia: Os resultados secundários em análise provêm de um estudo que acompanhou 119 pacientes diagnosticados com TDM de moderado a grave ao longo de 6 meses. Os diagnósticos foram ratificados por meio da Entrevista Estruturada para o DSM-IV (SCID-CV). A composição analítica incluiu resultados da Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAMD-17), da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), da segunda edição do Inventário de Depressão de Beck (BDI-II), e da Escala de Pensamentos Depressivos (DTS), obtidos nas semanas 1, 8, 12 e 24.

Resultados: Foi demonstrado que a DTS atuou como mediadora na relação entre os sintomas depressivos observados aproximadamente 3 meses após o início do tratamento com antidepressivos.

Conclusão: As distorções cognitivas foram estabelecidas como mediadoras dos sintomas depressivos, sublinhando a relevância das intervenções psicológicas precoces em pacientes com TDM que manifestam tais distorções. Este estudo contribui para um entendimento mais aprofundado dos mecanismos subjacentes à sintomatologia do TDM, enfatizando a necessidade de atenção aos pensamentos distorcidos na abordagem terapêutica e na condução clínica desta condição.

DANILO PEREIRA